sábado, 3 de dezembro de 2011

Charles Spencer Chaplin

"Se tivesse acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdade, teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, falei muitas vezes como um palhaço, mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria." - Charles Chaplin


Nasceu no dia 16 de abril de 1889, em um subúrbio de Londres. Sua mãe, Lili Harley era atriz de comédia. Seu pai, também artista do music-hall, abandonou a família quando Charles ainda era pequeno. Um grave problema de laringite acabou com a carreira da jovem Harley, obrigando Chaplin a debutar artisticamente com apenas cinco anos de idade.

O teatro, muito frequentado por soldados não era propriamente um local seletivo, mas foi onde o pequeno Chaplin pôde demonstrar pela primeira vez o seu grande talento para a interpretação.

Os primeiros anos da vida de Chaplin se passaram em orfanatos e foi neles onde Chaplin encontrou todos os elementos que utilizaria mais tarde nos roteiros dos filmes que dirigiu e interpretou. Essa primeira etapa da sua vida não tinha o humor nem a ironia com a qual o cineasta sensibilizou o público do mundo inteiro. Felizmente, Chaplin acabou construindo a sua vida com a única coisa positiva que herdara de sua família: a paixão pelo teatro.

O adolescente Chaplin conseguiu um lugar na companhia do acrobata Fred Karno, apresentado por seu irmão Sidney. Karno, que fazia sucesso com espetáculos de mímica, chegou a ter cinco companhias, apresentando-se em todas simultaneamente. Chaplin rapidamente superou o artista Harry Weldon, com quem dividia o número e em 1909 teve sua primeira temporada em Paris.

Chegando em Paris conheceu a cidade onde os irmãos Lumiére, George Méliés e Max Linder fizeram nascer a magia do cinematógrafo. Anos mais tarde, Max Linder diria: “ Chaplin teve a gentileza de me confessar que os meus filmes o levaram a fazer seus próprios filmes. Chamou-me de mestre, mas fui eu que tive o prazer de aprender com ele”. Naquela época o mundo das imagens animadas ainda lutava para conseguir uma linguagem própria e um reconhecimento social

Depois de outra turnê pelo norte da Inglaterra, Karno ascendeu Chaplin a primeiro ator das representações que a companhia faria nos EUA, em 1910. Toronto e Nova Iorque foram as primeiras paradas desta turnê, antes de prosseguir para o oeste. A Broadway não assimilou o humor inglês, mas Chaplin chamou a atenção de alguns jornais e de um jovem espectador, que nessa época trabalhava para o cinema; era Mack Sennett, que voltaria a encontrar Chaplin dois anos mais tarde, em nova turnê pelos EUA.

Enquanto estava na Filadélfia, em 1913, Chaplin recebeu um telegrama pedindo-lhe que fosse até um escritório no centro da Broadway. Ali funcionava a sede da Keystone Comedy Film Company, onde lhe ofereceram um salário de 150 dólares para que fizesse três filmes por semana. Depois de algumas negociações, Chaplin Acabou aceitando o trabalho e ao chegar em Los Angeles, reencontrou Mack Sennett, que seria seu novo chefe.


No início Chaplin teve que adaptar-se ao estilo de Sennet, com perseguições policiais e exibições de insinuantes banhistas. O seu primeiro filme, estreado em fevereiro de 1914, mostrava as aventuras de um personagem cômico na redação de um jornal. Em seu segundo filme, Corrida de automóveis para meninos (1914), criou um personagem que logo seria identificado pelo público. Sennett pediu-lhe que se vestisse de maneira engraçada. “Pensei que poderia usar umas calças muito grandes e uns sapatos enormes, além de uma bengala e um chapéu coco. Queria que tudo fosse contraditório: as calças folgadas, o paletó apertado, o chapéu pequeno e os sapatos enormes. Não sabia se deveria parecer velho ou jovem, mas quando me lembrei que Sennett tinha pensado que eu era bem mais velho, coloquei um bigodinho que me daria alguns anos sem sem esconder a minha expressão”. Assim nasceu o famoso “Tramp” (que os povos dos países de idioma espanhol passaram a chamar de “Carlitos”).

O sucesso de Chaplin foi consolidado pelo contrato com a Mutual em 1916. Em troca de 10.000 dólares semanais e de uma bonificação inicial de 150.00 dólares, Chaplin comprometeu-se a entregar doze curtas-metragens de duas bobinas, dentre as quais estão algumas das suas primeiras obras-primas: “No Armazém” (1916), “Rua da Paz” (1917), “O Emigrante” (1917). A produtora colocou um novo estúdio à sua disposição, o Lone Star, e o cineasta pôde trabalhar com liberdade, rodeado por uma equipe de fiéis colaboradores como os atores Eric Campbell, Henry Bergman, Albert Austin e Edna Purviance.

A respeito de seu envolvimento com Edna Purviance, o próprio Chaplin reconheceu na sua autobiografia: “Como Balzac, que achava que uma noite dedicada ao sexo significava a perda de uma página de algum dos seus romances, eu também achava que seria perder um ótimo dia de trabalho nos estúdios”.

O Cineasta viveu o suficiente para receber vários prêmios. Em 1971, a Academia de Hollywood quis restaurar a sua reputação nos EUA com um Oscar especial pela incalculável contribuição à arte do século: o cinema. Um ano mais tarde recebeu outro Oscar com um sabor especial, o de melhor trilha sonora pelo filme Luzes da Ribalta, que por não ter estreado em Los Angeles pôde ser candidato ao Oscar vinte anos depois. Nessa ocasião Chaplin decidiu voltar aos EUA e pisou num palco pela última vez, sendo aplaudido durante muitos minutos. Três anos mais tarde, a rainha da Inglaterra o nomeou cavaleiro do Império Britânico. Em 1977, na fria madrugada de 25 de dezembro, o cineasta deu seu último suspiro, aos oitenta e oito anos e de idade. Morria o gênio de infância triste que com os seus filmes, fez com que milhares de espectadores do mundo inteiro rissem e chorassem...

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