A Roda de Consumo que Alimenta o Capitalismo

Na postagem "Refletindo sobre Música" fiz uma menção a "roda de consumo que alimenta o capitalismo" e achei que não era ali o melhor lugar para me aprofundar e explicar o que eu quis dizer com este termo.

Bom, este é o lugar: POLÍTICA. Primeiramente, antes de se assustar com a palavra e ir para o link de HUMOR, leia um pouco e tire algumas conclusões.

A roda do consumo que alimenta o capitalismo, é algo complexo, que já está instalado na sociedade há muito tempo, e o pior é que, todos nós sabemos disso, e nada fazemos para mudar a situação, estamos acomodados com nossos salários e com nossas novelas e ... Bom vamos logo ao ponto explicar os principais fatores!

Onde isso tudo começa?

Primeiro, nossa forma de governo é "capitalista", ou seja, manda quem detem o capital, e esses detentores do capital infelizmente, não estão preocupados com o Joãozinho nem a Mariazinha que estão nas lojas, fábricas, escritórios etc.. trabalhando incessantemente com um compromisso inabalável para aumentar os lucros da "empresa". Essa forma de governo proporciona e da autonomia ao dinheiro, e isso agrava e torna muito clara a desigualdade entre classes. Por isso, para toda essa engrenagem funcionar, é muito importante haver na sociedade uma cultura "consumista", e é nessa parte que as " mídias exercem um papel fundamental". Mas peraí, porque as mídias participam desse jogo?

Mas porque as mídias participam deste jogo ?

O que alimenta e mantém as mídias são as grandes indústrias, seus comerciais, propagandas e acordos são quem pagam os salários exorbitantes que nossos artistas ganham, por isso há um esforço enorme por parte das emissoras, em passar uma programação totalmente voltada para acomodar o cidadão. Nossos jornais passam sempre as mesmas notícias ( só mudam os nomes e os lugares) enquanto o que realmente importa não é noticiado, com isso muda-se o foco, e as pessoas pensam - "se não passou no jornal é porque não era importante". Nossas novelas são sempre em horários estratégicos, primeiro chega-se cansado do serviço e fica-se indignado com o noticiário, e todas as coisas ruins acontecendo no mundo, logo em seguida, chega a novela com seu efeito anestésico, e te proporciona a fuga da realidade. Além dessa fuga, a novela impõem dogmas e te torna consumista, pois a todo momento exibe em sua tela pessoas felizes, com carros luxuosos e vidas de privilégios, tenho certeza que nem 10% da nossa população se identifica com o padrão de vida mostrado, mas todos passam a querer ter, comprar, consumir, mesmo sem saber o porque, e para poder ter, comprar, consumir, é preciso trabalhar e aceitar todo tipo de imposição. Depois de todo esse processo, te tiram o lazer e a cultura, te ensinam que lazer é o futebol no domingo, e que cultura é basicamente a música mais tocada na rádio. E você simplesmente acredita, não questiona pois está sendo ensinado a aceitar isso desde muito cedo, e sabe porque? Porque esse tipo de imposição ao sistema começa lá na sala de aula.

Como assim na sala de aula?

Os países mais desenvolvidos do mundo, independente de sua forma de governo se destacam porque a sua EDUCAÇÃO é de qualidade, esses governos que focaram investimentos nos homens do futuro (as crianças) não tardaram a receber o retorno esperado, e hoje são grandes potências. Qualquer governante ou mesmo cidadão no Brasil sabe que a solução para que o país evolua está na educação, mas porque não investem, porque deixam o ensino público a maneira que está? É simples, "generais formam soldados" , o governo precisa de massa de modelar, precisa de mão de obra barata e principalmente, precisa de pessoas ignorantes, pessoas que não conheçam o seus direitos e que não lutem por mudanças, pessoas que aceitem esse sistema que lhes é imposto.

Pagam um salário ridículo aos professores, fornecem escolas sem estrutura nenhuma e disponibilizam uma didática totalmente voltada para a decoreba do vestibular, nas salas de aulas não debatemos política, economia, qualidade de vida, e por isso, esses temas nos parecem tão chatos e fora do contexto do nosso dia-a-dia. Na infância não aprendemos, apenas decoramos, não debatemos, apenas aceitamos, e por esse motivo saímos prontos ... prontos para sermos o funcionário de mês, moldados e inofensivos, ou seja, nos tornamos o "típico cidadão brasileiro acomodado e consumista".

PROFESSORA AMANDA GURGEL SOLTANDO O VERBO:




Música para se ouvir enquanto se lê: Viva la Revolucion (Forfun)

Postado em: Junior Martins, Politicando